30/11/2009

O problema da liberdade e do determinismo na acção humana


Será que, quando realizamos uma acção, somos livres? Ou será que o nosso livre arbítrio é uma ilusão e, na verdade somos determinados a escolher e a agir como agimos, devido ao conjunto de circunstâncias, acontecimentos que nos rodeiam e envolvem?
Existem várias teorias filosóficas que tentam responder a esta questão?
Ver ficheiro com sinopse das três teorias estudadas:
http://docs.google.com/fileview?id=0B7yHPIYu4ZPTNTUxZTRlYTItNDVmYi00ZTk0LThkZjYtZTk5OWFkMTUzYTk2&hl=en

20/11/2009

Dia da Filosofia

O dia da Filosofia foi proclamado nos dias 15 e 16 de fevereiro de 1995, pela UNESCO, nas jornadas internacionais Philosophie et Démocratie dans le Monde, em Paris.



Declaração de Paris para a Filosofia

“Constatamos que os problemas de que trata a filosofia são os da vida e da existência dos homens considerados universalmente;

Estimamos que a reflexão filosófica pode e deve contribuir para a conduta e compreensão dos afazeres humanos;

Consideramos que a atividade filosófica, que não deixa de discutir livremente nenhuma idéia, que se esforça em precisar as definições exatas das noções utilizadas, em verificar a validade dos raciocínios, em examinar com atenção os argumentos dos outros, permite a cada um aprender a pensar por si mesmo;

Sublinhamos que o ensino de filosofia favorece a abertura do espírito, a responsabilidade cívica, a compreensão e a tolerância entre os indivíduos e entre os grupos;

Reafirmamos que a educação filosófica, formando espíritos livres e reflexivos, capazes de resistir às diversas formas de propaganda, de fanatismo, de exclusão e de intolerância, contribui para a paz e prepara cada um a assumir suas responsabilidades face às grandes interrogações contemporâneas, notadamente no domínio da ética;

Julgamos que o desenvolvimento da reflexão filosófica, no ensino e na vida cultural, contribui de maneira importante para a formação de cidadãos, no exercício de sua capacidade de julgamento, elemento fundamental de toda democracia.”

É por isso que, comprometendo-nos a fazer tudo o que esteja em nosso poder - nas nossas instituições e em nossos respectivos países - para realizar tais objetivos, declaramos que:

“Uma livre atividade filosófica deve ser garantida a todos os indivíduos, sob todas as formas e em todos os lugares onde ela possa se exercer;

O ensino de filosofia deve ser preservado ou estendido onde já existe, criado onde ainda não exista e denominado explicitamente filosofia;

O ensino de filosofia deve ser assegurado por professores competentes, especialmente formados para esse fim, e não pode estar subordinado a nenhum imperativo econômico, técnico, religioso, político ou ideológico;

Permanecendo totalmente autônomo, o ensino de filosofia deve ser efetivamente associado - e não simplesmente justaposto - às formações universitárias ou profissionais, em todos os domínios;
 A difusão de livros acessíveis a um largo público, tanto por sua linguagem quanto por seu preço de venda, a produção de programas de rádio ou de televisão, de áudio ou videocassetes, a utilização pedagógica de todos os meios audiovisuais e da informática, a criação de múltiplos espaços de debates livres, e todas as iniciativas que façam aceder um maior número de alunos a uma primeira compreensão das questões e dos métodos filosóficos devem ser encorajadas, a fim de constituir uma educação filosófica madura;

O conhecimento das reflexões filosóficas das diferentes culturas, a comparação de suas respectivas contribuições e a análise daquilo que as aproxima e daquilo que as opõe, devem ser perseguidos e sustentados pelas instituições de pesquisa e de ensino;

A atividade filosófica, como livre prática de reflexão, não pode considerar qualquer verdade como definitivamente alcançada, e leva a respeitar as convicções de cada um; mas não deve, em nenhum caso, sob pena de negar-se a si mesma, aceitar doutrinas que neguem a liberdade do outro, injuriando a dignidade humana e engendrando a barbárie.”




Dia da Filosofia

Assinalou-se, nesta semana, o dia da Filosofia.
Na nossa escola, o grupo de Filosofia dinamizou algumas actividades de divulgação junto da comunidade educativa: café com Filosofia para os professores; o Laço da Filosofia, para a comunidade educativa, elaboração e afixação de cartazes para divulgação da importância da Filosofia nos nossos dias (cartazes elaborados pelos alunos da turma 10º G).
Porque pensar, reflectir sobre a realidade é uma tarefa cada vez mais necessária, promovemos a não indiferença, a urgência do pensar!

Qual a diferença entre agir e fazer?

Fazer
Agir
- Chamamos fazer a todo e qualquer comportamento do ser humano:
- Actos involuntários e inconscientes;
- Actos involuntários mas conscientes.
- Actos mecânicos ou maquinais que fazemos sem pensar (voluntários mas inconscientes);
- Actos que visam a produção/fabrico de alguma coisa;
- Actos cujo fim é exterior ao sujeito.
- Agir diz respeito a um tipo específico de comportamento humano:
acto voluntário,  consciente, responsável, racional, livre, que reflecte uma intenção e é resultado de uma escolha/decisão do agente.

O que é uma acção?

«Uma acção é uma interferência consciente e voluntária de um ser humano (o agente) no normal decurso das coisas que, sem a sua interferência, seguiriam um caminho distinto.»
J. Mosterin, Racionalidad ya acción humana, Madrid, Alianza Universidad, pp. 144-145

Será que a valentia e a coragem são atribuíveis aos animais?

«Vou contar-te um caso dramático. Já ouviste falar das térmitas, essas formigas-brancas que, em África, constroem formigueiros impressionantes, com vários metros de altura e duros como pedra. Uma vez que o corpo das térmitas é mole, por não ter a couraça de quitina que protege os outros insectos, o formigueiro serve-lhes de carapaça colectiva contra certas formigas inimigas, mais bem armadas do que elas. Mas, por vezes, um dos formigueiros é derrubado, por causa de uma cheia ou de um elefante (os elefantes, que havemos nós de fazer, gostam de coçar os flancos nas termiteiras). A seguir as térmitas-operário começam a trabalhar para reconstruir a fortaleza afectada, e fazem-no com toda a pressa. Entretanto, já as grandes formigas inimigas se lançam ao assalto. As térmitas-soldado saem em defesa da sua tribo e tentam deter as inimigas. Como nem no tamanho nem no armamento podem competir com elas, penduram-se nas assaltantes tentando travar o mais possível o seu avanço, enquanto ferozes mandíbulas invasoras as vão despedaçando. As operárias trabalham com toda a velocidade e esforçam-se por fechar de novo a termiteira derrubada… Mas fecham-na deixando de fora as pobres e heróicas térmitas-soldado, que sacrificam as suas vidas pela segurança das restantes formigas. Não merecerão estas formigas-soldado pelo menos uma medalha? Não será justo dizer que são valentes?»
Savater, Ética para um jovem, Lisboa, Presença, p. 21.

Estar no mundo sendo humano versus estar no mundo sendo outro animal