«Para o Homem religioso, o espaço não é homogéneo: apresenta roturas, quebras; há porções de espaço qualitativamente diferentes das outras. "Não te aproximes daqui, disse o Senhor a Moisés, descalça as sandálias; porque o lugar onde te encontras é uma terra sagrada" (Êxodo, 111,5). (...) A fim de pôr em evidência a não-homogeneidade do espaço, tal qual ela é vivida pelo Homem religioso, pode fazer-se apelo a qualquer religião. Escolhamos um exemplo que está ao alcance de toda a gente: uma igreja, numa cidade moderna. Para um crente, esta igreja participa de um espaço diferente na rua onde se encontra, ela está repleta de hierofanias. A porta que se abre para o interior da igreja significa de facto uma solução de continuidade. O limiar que separa os dois espaços indica ao mesmo tempo a distância entre os dois modos de ser, profano e sagrado.» Mircea Eliade, O sagrado e o profano (adaptado) |
14/05/2010
O sagrado e o profano
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